segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Debate do Um e do Dois

1 diz:
Tudo começa comigo, eu sou você
quando perto dos outros não mais se vê.
Eu sou a unidade, a solidão é o meu domínio,
nela tens todo tempo do mundo para tornar-se genuíno

2 dizem:
Que genuinidade é essa pela unidade alcançada
se nem uma de suas idéias pode ser compartilhada?
Ó, pobre solitário, qual é o mundo que vai amar
se nunca puder, ao menos, tornar-se um par?

1 responde:
Nisso não me interesso, a soma não me convém,
ao evitar a operação, eu me privo da saudade.
Sigo meu caminho, nunca dependo de ninguém,
por que iria eu me juntar a outra unidade?

2 riem:
É fácil entender o caminho da vida
quando, contra ti, nada se opõe,
mas fácil também é, à unidade medida,
de enganar-se pelas ideias que sua mente compõe.
Pois tornam-se incompletas, e dignas de correção,
verdades relativas que nunca passaram por outra mão.
Me diz, ó solitário, como faz para conter,
Essa tristeza visível que tanto tenta esconder?

1 diz:
Minha agonia cresce do desejo amável,
se é que me entendes, de almejar o inalcançável
Mas por favor, eu vos peço, com intensa dignidade
Que não julguem o que não alcançam as suas idades
Se muito entendem um do outro, me respondam
como viveriam se sua alma gêmea morresse?

2 respondem:
Tente entender, não é como todos contam.
Como par continuaríamos mesmo se a morte aparecesse,
pois o que nos une está além das forças terrenas.
Para alguém como você entender parece impossível, apenas.

0 intervém:
Meus filhos, parem, nenhum acordo vão encontrar.
Unidade e par, algum dia, à mim vão regressar.
Pois a plenitude os criou, a plenitude controla o que vocês têm.
Aceitem, um do outro, a existência, antes que vocês se matem!