domingo, 25 de março de 2012

Inspiração

Que irônico notar e me perceber que eu não consegui escrever nada que me satisfez acima dessas linhas traçadas, quase como se eu soubesse que nada sairia da forma que eu espero depois de riscá-las. Também é interessante ver como minhas palavras são desenhadas de diferentes formas a cada vez que escrevo, e não me surpreende que as vezes nas quais minhas letras saem mais garranchadas são as vezes em que meus escritos se revelam mais interessantes aos meus olhos, misturando o prazer e a ansiedade de escrever, mesmo com a ausência de um fato extraordinário para ser relatado... bom, talvez aquela história à respeito do primeiro animal que morreu acidentalmente pelas minhas mãos de aprendiz de profissional da saúde, mas não é sobre isso que eu escrevo agora.
Escrevo sobre a vontade de aprender e fazer o novo, a tentativa e o erro, ambos prazerosos, inspirados pela vontade, pela ânsia de viver mais e conhecer as belezas escondidas da vida, as quais nunca poderiam ser descobertas sem ousadia, pois nada pode ser conquistado sem que façamos um movimento que nos leve ao encontro de tal. Nada nos é dado, e tudo que temos é fruto de nossas vontades, da mesma forma que perdemos aquilo que desvalorizamos.
Que coisa mágica acreditar que podemos conquistar tudo que desejamos e nos esforçamos para... mas e o que podemos dizer a respeito do que sentimos falta?
Será que não queremos com toda a vontade que é necessária? Ou talvez nossa mente humana nos convença de que existem coisas que não merecemos?
"... Mas bike, você tem que entender que as limitações é você mesmo quem cria."
Por sorte ainda existem muitas folhas em branco e nenhuma linha traçada que limite minhas criações de agora em diante.

terça-feira, 20 de março de 2012

Allegro non molto

Depois de tanto tempo na caverna do saber, minha consciência da uma pausa nos estudos intermináveis para mergulhar mais uma vez nessa atmosfera de ar rarefeito que comprime meu peito e banha minhas narinas com o cheiro forte dessa tinta que uso para escrever.
Ainda me falta tanto, tanto quanto pode se faltar, e permaneço sentindo a falta de tudo que está por vir. Aah, que sensação. É impossível descrever com essa caneta, preciso de novas ferramentas para me expressar. Surpreenderiam-se ao verem-me erguer uma pirâmide no centro dessa cidade para louvá-las? Naah.. Arquitetura nunca foi o meu forte, mesmo. Prefiro inspirar-me nos cantos celestiais e encantar os espíritos com melodias líricas. Espantaria a todos os vivos saber o quanto essas vibrações podem mudar uma história.
Credo, não consigo nem mais escrever direito. Parece que tanto tempo na caverna do saber pode mudar muito os sentimentos... melhor assim,
Tragam meu remédio! Aqui está, senhor.
Acho que eu deveria voltar a escrever poesias.
Entretanto...
Certa noite, em um bar, ao som do melhor jazz que essa cidade tem a oferecer, conheci uma moça que disse que escrevia só para si mesma. A partir desse dia passei a pensar mais sobre o que significa, para um escritor, não precisar de leitores.