segunda-feira, 1 de outubro de 2012

E por quê não?

Vocês se despediram , eu me despedi, e então seguimos juntos um caminho. Era interessante notar que não eram os nossos próprios passos que guiavam nosso caminho pois eramos carregados e arrastados, como um casal nobre que em uma carruagem sendo conduzido por servos, ou parte da realeza indiana sentada em tronos no alto de um enorme elefante.
De repente sentimos que aquilo era o que devia ser feito. Para ser sincero, talvez eu só tenha percebido isso depois que me deixei levar por você: Jogou-se aos meus braços e e beijou a minha boca como se fosse a única que existisse na sua vida. Entre as mordidas e os suspiros, por aqueles momentos que nossas bocas se separavam para respirar, eu pensava no crime, no pecado que estávamos cometendo. Eu sabia disso plenamente, mas eu não conseguia dizer, por mais que eu quisesse, as palavras não sairiam.
"Ele já está longe, não pode nos ver. Você sempre quis isso, não? Seu corpo não consegue esconder, está em chamas, e agora seu sexo rígido aponta para mim e clama pelo meu calor. Agora você é meu."
Lentamente sua boca se afastou da minha , mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa senti a sua língua provando o gosto da minha fertilidade, por todo o caminho, sem cessar, repetidamente, sem desperdiçarmos um segundo.
Agora compartilhamos esse pecado. Não nos vimos mais, e sei que não devemos, a fim de evitar o sentimento de culpa. Entretanto não perdemos a esperança, pois ambos sabemos que teremos a eternidade disponível para nos amarmos quando finalmente nos encontrarmos no inferno.

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