terça-feira, 2 de outubro de 2012

In Natura

Sobre o caos impõe-se a ordem,
As palavras por si só dão-se vencidas,
Assim se parece, pois cedo fogem
Se no exato momento não forem escritas.

Aproveita, então, de boa forma, o tempo,
Subindo altas montanhas e descansando contra o vento.
Sinta as as minúsculas gotículas que o vento leva
Da água celeste que hoje nos rega.

Olhe bem para aquela flor, vermelha e sem louvor;
Suas pétalas não mais ergue, nada vale o seu calor,
Um perfume ainda exala, mas de longe nada sinto,
Não me ouso aproximar, tampouco a vejo vindo.

E como é belo, me surpreendo, o canto dessas pequenas
Formas de vida que voam exibindo vossas penas.
No acaso me pergunto: O que teriam a dizer
Sobre o ar e a água que vivem no meu ser?

Nada dizem, nada sabem, seu canto cessa no instante.
A chuva segue a diante, fortes pingos logo nascem.
Está chorando, grande nuvem? O que teus gases trazem?
Mostra-me de novo, se puderes, aquele azul brilhante.


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